Desbravando a Cauda Longa do Conhecimento: Potencializando a Gestão da BRR com Combinatividade
Em posts anteriores analisamos os referencias teóricos e práticos da Gestão da Base de Remuneração Regulatória (BRR) e de Ativos. Acredito, então, que falar sobre construção de equipes também seja um tema oportuno. A Gestão de Ativos e da Base de Remuneração Regulatória é um intricado processo que exige da equipe conhecimentos abrangentes sobre referenciais regulatórios devido à tecnicidade processual para sua apuração. Além destes fundamentais conhecimentos, observamos competências relevantes que complementam e potencializam os resultados das concessionárias.
Meu histórico acadêmico e profissional percorreram diversos caminhos que me auxiliam hoje a atuar como gestor de BRR e me instigam a buscar o melhor resultado possível. Sou administrador, formado em 2007, e durante a graduação fiz estágio e fui contratado como analista em uma transportadora (com frota de aproximadamente 200 caminhões). Nesta empresa, graças à grande generosidade e inteligência do proprietário, participei de um programa de job rotation em que atuei nas áreas de controladoria, logística, produção e financeiro. Este processo contribuiu na minha visão global sobre as empresas e em pensar de maneira generalista sobre o impacto das minhas ações e das equipes que estou inserido.
Após este período cursei uma segunda graduação tecnológica em processos gerenciais. Nessa época, atuei em uma empresa do ramo de mineração e siderurgia, quando tive a oportunidade de me aprofundar em mapeamento e gestão de processos.
Posteriormente, atuando já no setor elétrico, tive a
oportunidade de cursar MBAs em Gestão de Negócios, Controladoria e Finanças
Corporativas e em Gestão de Pessoas e Liderança. Atualmente, com dez anos de
setor elétrico, entendi a necessidade de avançar em uma terceira graduação em Ciências
Contábeis.
Gosto de acreditar que uma formação multidisciplinar,
combinada com estas diversas experiências profissionais, permitem o desenvolvimento
de uma visão holística e integrada das operações das concessionárias e assim, o
que tem contribuído para minha participação na gestão eficiente dos intrincados
processos de BRR. Não obstante, já atuei e atuo com profissionais de gestão de
Ativos com carreiras e percursos completamente diferentes dos meus e que
obtiveram, também, êxito e muitas realizações na área.
Esta conjectura me leva a acreditar que a gestão eficiente
da BRR performa não sobre uma formação específica, mas em um combinado de
conhecimentos técnicos, alinhados a uma perspectiva mental focada na busca
incansável por respostas e solução e problemas. Habitualmente me refiro a estes
“conhecimentos técnicos” como a caixa de ferramentas, e cada profissional
possui o seu conjunto de ferramentas de trabalho para buscar a melhor execução
das tarefas e maximização de resultados. Por vezes esta caixa de ferramentas
terá profundos conhecimentos em engenharia, em outros momentos, em
contabilidade, administração, tecnologia da informação, estatística e outras
áreas.
Observo que as equipes de gestão de ativos e BRR possuem muitos engenheiros, administradores e contadores. Após meus primeiros anos no setor, vi diversos economistas, estatísticos e matemáticos ganhando espaço em consultorias ou nas concessionárias e, nos últimos anos, observa-se um grande aumento de profissionais de tecnologia da informação desbravando e agregando seu conhecimento no setor elétrico. Estas equipes multidisciplinares podem atuar juntas para otimizar e buscar os melhores resultados.
Para seguir com minha perspectiva pessoal sobre formação de
equipes, faz-se necessário recapitular sobre o conceito da “cauda longa”. Este
tema foi apresentado no livro "A Cauda Longa: Do Mercado de Massa para o
Mercado de Nicho", do autor Chris Anderson, e, de maneira geral, conceitua
que, em mercados tradicionais as compras eram feitas em busca dos produtos mais
populares, criando assim uma “cabeça” de demanda. Com o avanço das compras na internet
e melhora nos meios de distribuição, o acesso aos produtos se tornou também
mais amplo criando uma infinidade de nichos com grande variedade de produtos,
formando desta forma a “cauda longa”.
Quando analisamos o conceito da cauda longa sob a ótica do
conhecimento temos o exemplo das bibliotecas com pouca variedade e muitos
volumes, os livros mais procurados ocupam os espaços de destaque nas estantes,
enquanto os títulos menos conhecidos ficam relegados a locais menos visíveis ou
até inexistência. No entanto, com a ascensão da internet e das plataformas
digitais, a distribuição e acesso ao conhecimento se tornaram muito mais
democráticos. Isso permitiu que uma variedade muito maior de produtos, serviços
e conteúdos estivesse disponível, atendendo a uma infinidade de nichos e
interesses específicos. Essa vasta gama de produtos menos populares, porém mais
especializados, forma a "cauda longa"."
Analogamente, no mercado de trabalho e no foco da BRR, temos
uma infinidade de informações disponíveis que, quando agregadas às caixas de
ferramentas de cada profissional, podem ser utilizadas para a resolução de
problemas de maneira criativa e inovadora.
O último conceito que gostaria de apresentar aqui é
referente a um TedTalk apresentado pelo Murilo Gun. Ele é comediante,
palestrante e empreendedor que ficou conhecido por seu trabalho como fundador da
Keep Learning School, uma escola de criatividade e inovação, por seus
shows de stand-up comedy e palestras de inovação. Neste TedTalk é
comentado sobre o conceito de “combinatividade” e a diferença da
criatividade.
A combinatividade é uma abordagem que envolve a combinação
de diferentes elementos, ideias ou conceitos para gerar algo novo e inovador.
Ao contrário da criatividade, que geralmente é associada à geração de ideias
originais, a combinatividade se concentra na conexão e recombinação de
elementos já existentes para criar algo único. Não obstante, para que a
combinatividade seja eficiente é necessário diversidade nas equipes (cultural,
social, étnica etc.) e nos imputs (leituras, filmes, livros, laser).
Neste contexto podemos formar o infográfico abaixo:
Para tratar as atividades ou problemas a serem solucionados,
tanto a formação acadêmica multidisciplinar quanto o conhecimento regulatório
podem ser utilizados pelas equipes diversas, munidas do conhecimento disponível
graças à cauda longa, para buscar soluções inovadoras aos problemas.
Este tema faz sentido pra você? Estas equipes podem
maximizar o resultado de BRR e otimizar a gestão de Ativos? Comente,
compartilhe, contribua! Todas as interações serão bem-vindas.
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